Comunidade católica se mobiliza em apoio às vítimas de ciclone no Sri Lanka: mortos e desaparecidos
Vatican News
Em um momento de grande destruição, perdas de vidas e moradias e acúmulo de desaparecidos, o Sri Lanka vivencia uma das piores catástrofes ambientais dos seus últimos anos. E, diante de tanto sofrimento, dor e angústia daqueles que ficaram sem abrigos e buscam por seus familiares – vivos ou mortos – um fator é essencial: “a unidade nacional” para dar o suporte necessário aos afetados, como enfatiza padre Basil Rohan Fernando, sacerdote de Colombo e diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Sri Lanka. Ele também destaca, que a Igreja Católica se uniu à rede de solidariedade e abriu as suas portas para acolher a todos, sem distinção.
O país do sul da Ásia foi atingido, no dia 27 de novembro, pelo ciclone Ditwah, que, junto a outros dois ciclones, afetou também outros países da região como a Tailândia e a Indonésia. Todos eles registram centenas de mortos, feridos e desaparecidos.
No Sri Lanka, as chuvas torrenciais causaram deslizamentos generalizados, rupturas de barragens, inundações e destruição de casas. Como consequência, moradores tiveram que sair de suas residências e encontrar refúgio por meio das instituições e auxílio humanitário. O governo declarou estado de emergência.
“É importante a unidade nacional: todas as forças saudáveis do país e as pessoas de boa vontade estão colaborando para aliviar o sofrimento das vítimas”, relata padre Fernando.
Ele afirmou à Agência Fides, que “o país está debaixo d’água. A situação é grave também nas cidades. Toda a nação foi atingida pelas fortes chuvas e inundações. Vemos muito sofrimento e pessoas que perderam tudo. Por isso, toda a Igreja Católica se uniu ao esforço nacional de ajuda, de acolhimento, de proximidade”.
Segundo balanço divulgado pela Agência EFE nesta quarta-feira, 4 de dezembro, o maior número de mortos é registrado até o momento na ilha de Sumatra, na Idonésia: cerca de 800. O Sri Lanka, no balanço mais atual, contabiliza 479 mortos. Na Tailândia, por sua vez, as vítimas fatais chegam a 188 vítimas. Os dados reportados pela agência foram fornecidos pelas autoridades dos três países asiáticos.
De acordo com a Agência EFE, ao todo, são nove milhões de pessoas atingidas pelo desastre nos três países. Sendo que 1,5 milhão de pessoas estão no Sri Lanka, segundo a Agência de Notícia AFP.
A solidariedade das comunidades religiosas
De acordo com o Pe. Fernando, as comunidades religiosas se mobilizaram em solidariedade. “A igreja, às paróquias, as instituições católicas já estão cheias de deslocados que encontraram refúgio, acolhimento e consolação”, pontuou ele.
Umas das organizações apontadas pelo sacerdote é a Cáritas em ação com dioceses e paróquias. “Os voluntários trabalham incansavelmente e as comunidades católicas colocaram à disposição todos os seus recursos e capacidades para assistir os deslocados, naturalmente, sem distinção de etnia ou fé”, ressaltou ele.
De acordo com o sacerdote, as comunidades cristãs atuam no fornecimento de ajuda humanitária, por meio dos socorros de emergência, do acolhimento, da comida, da água e de produtos higiênicos, atendendo às necessidas básicas da população. Mas o auxílio não é apenas material.
“O suporte aos deslocados é também psicológico e espiritual. Um gesto de amor, de afeto e proximidade quer dizer muito nessas situações. A escuta e o calor humano são uma testemunha do amor de Deus por cada pessoa”, afirma o padre.
A Agência Fides informou que mais de 24 mil policiais e militares estão empregados nas operações de socorro no Sri Lanka, mas, apesar dos esforços, as ajudas não chegaram ainda em todas as áreas afetadas.
O presidente Anura Kumara Dissanayake descreveu o desastre como “um dos mais graves na história da nação”, advertindo que os custos de recuperação serão extremamente elevados.
Uma das áreas mais atingidas é a região leste, onde as águas da enchente romperam a barragem de Mavil Aru. Danos significativos foram relatados também em Colombo e em zonas-chave para a economia local.
Os números da Agência EFE apontam que 55 mil residências sofreram danos por causa das inundações e dos deslizamentos de barreiras, sendo 45 mil no Sri Lanka e 10.500 na Indonésia.
Ressalte-se que os números podem mudar, conforme as operações da Defesa Civil e outras autoridades avançarem nas áreas atingidas.
Outra preocupação analisada, especialmente no Sri Lanka, é o problema de saúde pública em decorrência das águas contaminadas, com alerta para um aumento de riscos de dengue, diarreia e leptospirose.
O desastre foi provocado pela ocorrência de três ciclones registrados coincidentemente no sul e sudeste da Ásia.
*Com informações de AFP, EFE e Fides
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