Ataque em praia australiana mata 15 e fere 29. Alvo era comunidade judaica
Vatican News
Na tarde deste domingo, 14 de dezembro, um ataque terrorista em Bondi Beach, Sydney, uma das praias mais famosas da Austrália, deixou mortos e feridos. O alvo, segundo a polícia, era a comunidade judaica, que festejava o Chanucá. Entre as vítimas, de acordo com um porta-voz da comunidade judaica local, estava o rabino de Sydney, Eli Schlanger. As autoridades esclareceram que "o ataque terrorista teve como alvo a comunidade judaica".
De acordo com as últimas informações oficiais, os mortos são 15, incluindo uma menina de 10. As pessoas feridas são quase 30, incluindo dois policiais. A polícia disse ter "neutralizado" duas pessoas: um foi morto (e está incluído no número de mortos), enquanto o outro está em estado crítico. Trata-se de Naveed Akram, de 24 anos, de origem paquistanesa. Ele está incluído no número total de feridos divulgado pela polícia.
Segundo Sydney Morning Herald, como parte da investigação, um homem e uma mulher foram presos em sua casa. A polícia confirmou que eles estão ligados ao ataque. Vários dispositivos explosivos caseiros foram encontrados no carro dos terroristas, que foi apreendido pelas autoridades.
A dinâmica do atentado
De acordo com o que se pode reconstruir a partir de vários vídeos que circulam nas redes sociais, dois agressores — um vestido inteiramente de preto; o outro com camisa preta e calça branca — chegaram à praia de Bondi pouco depois das 18h30, horário local. Eles começaram a disparar dezenas de tiros, semeando o pânico na multidão, que começou a fugir. Os vídeos mostram várias pessoas no chão, cobertas de sangue: algumas — imóveis — do lado de fora de um carro branco, outras ao redor de mesas de camping.
Os dois agressores então se separaram: um permaneceu em uma passarela que liga o estacionamento à praia, atirando de uma posição mais alta, enquanto o outro seguiu por uma pequena estrada paralela à costa, sob a própria passarela, para continuar atirando.
Nesse momento — como mostrado em outro vídeo — um dos assassinos é desarmado por um pedestre. Aproveitando-se de um momento de distração, um homem consegue agarrar o agressor pelo pescoço e desarmá-lo.
Não está claro se o homem — que apontava o rifle para o agressor — atirou nele (ferindo-o levemente) ou não, nem por que decidiu — neste último caso — não fazê-lo. No entanto, o agressor é visto se afastando lentamente, enquanto o homem que o desarmou encosta o rifle usado pelo assassino em uma árvore. O atirador então se dirige à ponte, onde seu cúmplice está. E é lá que ele é alcançado por tiros da polícia, que agora correu em massa para pôr fim ao tiroteio.
De acordo com o canal 7News, o homem que parou o atirador é Ahmed al-Ahmed, um muçulmano de 43 anos, pai de dois filhos, dono de uma fruteira e inexperiente com armas. Ele agora está hospitalizado devido aos ferimentos. Um parente do homem — seu primo Mustafa — diz que ele foi baleado duas vezes.
O agressor é conhecido pelas autoridades
Segundo a ABC News, um dos agressores estava na lista de vigilância da ASIO, a agência de inteligência australiana: "Não em termos de ameaça imediata, então precisamos investigar o que aconteceu", explica o diretor-geral da ASIO, Mike Burgess.
O feriado judaico de Chanucá e a ira de Israel
As comemorações do primeiro dia do feriado judaico de Chanucá estavam em andamento na popular praia. De acordo com a BBC, um folheto digital para o evento, chamado Chanuka by the Sea 2025, indicava que ele estava programado para acontecer perto do parquinho infantil da praia, a partir das 17h de domingo.
O presidente israelense, Isaac Herzog, condenou o tiroteio, chamando-o de "ataque cruel contra judeus" e instou as autoridades australianas a "lutarem contra a enorme onda de antissemitismo que assola a sociedade australiana". O ministro das Relações Exteriores de Israel, Saar, foi mais enfático: "Hoje, as esperanças daqueles que pediram a 'globalização da intifada' se concretizaram. O governo australiano, que recebeu inúmeros avisos, precisa finalmente acordar para o que está acontecendo. Este é apenas o resultado final dos ataques antissemitas que vimos na Austrália nos últimos dois anos."
*Com Corriere della Sera
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