Fórum Amoris laetitia: prioridade na formação de quem acompanha casais na preparação ao matrimônio
Andressa Collet - Vatican News
No último dia de fórum internacional on-line sobre a aplicação da exortação apostólica de Francisco sobre o matrimônio e a família, no sábado (12), destaque para uma das novidades do Ano “Família Amoris laetitia”, ou seja: o I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, instituído pelo Papa em janeiro, que será comemorado no próximo 25 de julho. O responsável pelo departamento dos idosos do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Vittorio Scelzo, enalteceu como a pandemia acabou evidenciando a visão do Pontífice sobre temas como a cultura do descarte, do encontro e das relações.
I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos
Por isso, explicou Vittorio no fórum que reuniu em modalidade virtual centenas de casais de 70 países durante 4 dias, o coração daquela data em julho “quer ser o encontro entre avós e netos e entre jovens e idosos. Considerando que em várias áreas geográficas do mundo em julho a pandemia vai impedir a participação dos idosos, pedimos aos jovens para visitá-los - sempre onde for possível - ou de realizar o encontro em modo social ou via web".
Para as comunidades que poderão programar celebrações eucarísticas em 25 de julho, o Dicastério sugere que seja realizada uma missa dedicada aos avós e aos idosos; que os bispos celebrem na catedral ou em um lugar significativo; e que cada paróquia dedique pelo menos uma das liturgias àquela data.
As conclusões do Fórum Amoris laetitia
Enfim, o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério, apresentou as conclusões do Fórum Amoris laetitia, identificando alguns pontos que resumem o que foi analisado durante os 4 dias de trabalhos:
- as famílias, hoje, precisam descobrir que, junto com o Sacramento do matrimônio, receberam uma missão que deve ser compartilhada com os pastores;
- a principal contribuição à pastoral familiar é oferecida pela paróquia, que é a família das famílias, onde pequenas comunidades, movimentos eclesiais e associações vivem em harmonia;
- há necessidade de uma formação mais adequada para sacerdotes, diáconos, religiosos, catequistas e outros agentes pastorais, insistindo na presença de leigos nos cursos de formação;
- a formação de pessoas que irão acompanhar os casais na preparação ao matrimônio deve ser uma prioridade;
- a pastoral familiar deve ser fundamentalmente missionária para alcançar as pessoas onde elas estão;
- uma atenção especial deve ser dada às famílias em crise conjugal ou com outras dificuldades: o cuidado pastoral daqueles que estão separados, divorciados ou abandonados, com particular olhar às crianças, aos deficientes, aos idosos;
- e é necessário também alcançar aquelas famílias que estão longe da Igreja.
Finalmente, o card. Farrell aceitou o pedido dos participantes de prosseguir trabalhando juntos através de uma rede de relações entre a Santa Sé e as Conferências Episcopais, Movimentos e Associações, num espírito de autêntica comunhão e estima mútua. E, como também surgiu de uma rodada final de perguntas e respostas, uma rede de trabalho comum vai permitir compartilhar ideias e projetos para ser mais eficaz em nível prático, a fim de alcançar o coração do cuidado pastoral, ou seja, as famílias no mundo inteiro.
Aniversário de 5 anos de Amoris laetitia
O último dia de encontro internacional on-line, no sábado (12) também oportunizou, pela primeira vez, que todos os delegados pastorais em nível de conferências episcopais nacionais ou regionais e de movimentos e associações internacionais se reunissem para com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida para celebrar o aniversário de 5 anos da exortação apostólica Amoris Laetitia. Na parte de debates, moderados pelo secretário Pe. Alexandre Awi Mello, as sessões trataram sobre “a fragilidade das famílias”, quando dom Victor Fernández, arcebispo de La Plata, as chamadas ‘situações irregulares’ do matrimônio. O prelado falou de “amores feridos”, do convite à misericórdia e ao discernimento pastoral, o acompanhamento nas dificuldades.
Da discussão surgiu o desejo de partilhar boas práticas e testemunhos que ajudem a prevenir os diferentes tipos de fragilidade nas famílias e a curar as feridas abertas. Dom Fernandez, assim, encorajou a insistir em caminhos de acompanhamento pessoal com as pessoas feridas. O principal objetivo, no entanto, é sempre o de fortalecer o amor: “é a isso que precisamos nos dedicar.”
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