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Dom Cláudio, CEAMA: “as gerações futuras nos cobrarão se não fizermos a nossa parte”

Com o pronunciamento do cardeal dom Cláudio Hummes O.F.M., teve início no último dia 24 de setembro a assembleia ordinária da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), prevista em seus Estatutos.

Silvonei José – Vatican News

Dom Cláudio Hummes O.F.M., presidente da CEAMA, nas suas palavras de introdução recordou que a assembleia ordinária se “realiza num momento difícil e sofrido da história da família humana e de sua Casa Comum, o Planeta Terra. De fato, a crise climática e ecológica persiste e seus efeitos devastadores não estão sendo suficientemente combatidos pelos atuais responsáveis maiores que governam o mundo. Assim, uma reversão e cura da situação global tornam-se cada vez mais remotas”.

Dom Cláudio disse em seguida que a esperança no futuro entra em angústia e enfraquece. “Sabemos que o caminho será longo e ainda é indecifrável. As gerações futuras nos cobrarão, senão fizermos a nossa parte”.

Citando o Papa Francisco, na Laudato si’: “Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos” (n.13). Mais adiante, o Papa pergunta: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão crescendo?” (n.160). Na assembleia da ONU, nestes últimos dias, a questão voltou inexorável, mostrando a urgência grave de as nações se unirem e tomarem as medidas para que a crise não leve o Planeta a um desastre devastador irreversível.

O presidente da CEAMA recordou que Igreja também está consciente de sua missão nesta crise. E a Igreja na Amazônia sabe o quanto a preservação da Amazônia, de sua floresta e de seus rios, bem como a vida e os direitos fundamentais de seus povos, em especial dos povos originários, precisam ser preservados e promovidos. Dom Cláudio afirmou que “é ali que entra a importância do Sínodo Especial para a Amazônia e suas indicações, entre as quais a criação da Conferência Eclesial da Amazônia, a CEAMA. Sabemos também o quanto esta conferência tem a ver com o tema mais amplo da sinodalidade da Igreja, tão buscada pelo Papa Francisco.

O cardeal brasileiro continuou afirmando que se de um lado, os tempos estão difíceis e sofridos para estes grandes desafios, por outro, “nossa fé nos diz que Deus guia a história humana, apesar de nossas infidelidades, ganâncias e obstruções. Seu amor por nós, suas criaturas, nunca esmorecerá. É isto que sustenta nossa esperança. O tempo para reverter a crise está chegando ao fim, mas ainda há tempo, um pouco de tempo!”

Já concluindo o seu discurso o presidente da CEAMA disse que “nossa oração quotidiana e fervorosa deve nos sustentar na luta por este futuro melhor. Diz o Papa Francisco: “Caminhemos cantando; que as nossas lutas e a nossa preocupação por este planeta não nos tirem a alegria da esperança”(n.244). E logo antes, dizia ele: “Para além do sol, no fim, vamos nos encontrar face a face com a beleza infinita de Deus (cf. 1Cor 13,12) e poderemos ler, com jubilosa admiração, o mistério do universo, o qual terá parte conosco na plenitude sem fim. Estamos caminhando para o sábado da eternidade, para a nova Jerusalém, para a casa comum do Céu. Diz-nos Jesus: “Eu renovo todas as coisas” (Ap 21,5). A vida eterna será uma maravilha compartilhada, na qual cada criatura, esplendorosamente transformada, ocupará seu lugar e terá algo a oferecer aos pobres definitivamente libertados” (n. 243).

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28 setembro 2021, 10:39