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Protesto contra a corrupção nas Filipinas Protesto contra a corrupção nas Filipinas  (AFP or licensors)

Com apoio da Igreja, 100 mil filipinos protestam contra a corrupção

Pelo menos 119 iniciativas em todo o país para coincidir com o aniversário do nascimento do herói nacional Andrés Bonifacio. Cardeal David pede a "intensificação" da luta e clama por "passos" rumo à justiça. A solidariedade se manifesta na "Segunda Marcha do Trilhão de Pesos". Entre os alvos da luta está a "ganância excessiva" daqueles que detêm o poder e os bens públicos.

Unidos contra a corrupção, quase 92.000 filipinos foram às ruas no último domingo para protestar pacificamente contra a corrupção no país e por uma classe dominante capaz de enfrentar os desafios da nação e proteger seus cidadãos.

O protesto, que coincidiu com o aniversário de nascimento de Andrés Bonifacio (1863-1897), um dos heróis da nação, atraiu mais de 16.000 pessoas em Manila. Enquanto isso, fontes policiais (PNP) relataram "pelo menos 119" manifestações e marchas em todo o arquipélago, organizadas por grupos religiosos, movimentos da sociedade civil e outras organizações.

O cardeal Pablo Virgilio David, bispo de Kalookan e presidente cessante da Conferência Episcopal Católica (CBCP), celebrou uma Missa solene durante a principal concentração no Monumento do Poder Popular em Edsa, Quezon City, com a presença de milhares de fiéis. "A luta contra a corrupção deve se intensificar", porque "exige que cada um de nós tome medidas concretas em direção à justiça", acrescentou o bispo Elias Ayuban Jr., de Cubao, assegurando que a luta em curso para recuperar o que foi roubado do tesouro público não termina com a "Marcha do Trilhão de Pesos".

Em sua homilia, o prelado expressou solidariedade à "Segunda Marcha", que contou com a participação de milhares de filipinos de várias dioceses, setores da sociedade e grupos para revitalizar sua luta contra a corrupção. O bispo Ayuban Jr. exortou os filipinos a não baixarem a guarda e a continuarem conscientizando o público sobre os funcionários públicos que deveriam promover o desenvolvimento do país. Ele também agradeceu aos fiéis de 86 dioceses diferentes que expressaram solidariedade à Marcha do Trilhão de Pesos.

A principal reivindicação era por prestação de contas, transparência e condenação das irregularidades reveladas nos fundos públicos relacionados a projetos de infraestrutura e controle de enchentes, que foram o foco da segunda Marcha do Trilhão de Pesos. A primeira manifestação contra essas irregularidades ocorreu em 21 de setembro. Em seu discurso, a Miss Universo 2018, Catriona Gray, entre as dezenas de milhares de filipinos presentes, expressou sua discordância com a corrupção desenfreada no país.

Em Cebu, na região central das Filipinas, o arcebispo Alberto Uy compartilhou uma mensagem sobre o problema que assola o país e impede seu crescimento. Trata-se dos trilhões de pesos que funcionários do governo e outros desviaram por meio da corrupção e que poderiam ter sido usados ​​para construir casas e hospitais, apoiar estudantes e ajudar agricultores e pescadores a se desenvolverem. Segundo o Padre Uy, Edwin A. Gariguez, ex-secretário executivo da Caritas Filipinas, disse: "Ao inspirar e mobilizar milhares de fiéis católicos em todo o país, a Igreja Católica demonstra que sua missão vai além da adoração e do ritual: inclui um compromisso corajoso com a defesa da justiça, da honestidade e do bem comum."

Enquanto isso, o bispo de Antipolo, dom Ruperto Santos, recordou que, quando unidos em uma luta comum, o povo filipino é mais poderoso do que os líderes eleitos; é por isso que a unificação das forças populares hohe é mais importante do que nunca. Em sua mensagem à Marcha do Trilhão de Pesos em 30 de novembro, o prelado insistiu que funcionários corruptos do governo e seus cúmplices sejam responsabilizados para que a justiça possa ser restaurada e realmente servir ao povo e ao bem comum.

O arcebispo Ruperto Santos condenou veementemente a "ganância excessiva" daqueles no poder que continuam a desperdiçar fundos públicos enquanto jovens são forçados a estudar em salas de aula dilapidadas e alagadas. Segundo o bispo, a participação coletiva dos cidadãos na Marcha do Trilhão de Pesos é um símbolo da defesa de cada filipino comum. Por fim, o prelado também exortou o público a continuar a luta pela verdade, justiça e reforma, permanecendo no caminho da paz. "Que nossas vozes ecoem por todo o país. Que nossa união seja nossa força. Escolham a paz. Marchem com determinação. Levantem suas vozes com paixão, mas ajam com graça", concluiu o bispo Santos.

*Com AsiaNews

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02 dezembro 2025, 11:18