Leão XIV: Cristo não retorna à vida sozinho, mas arrasta consigo toda a humanidade
Mariangela Jaguraba – Vatican News
Na catequese da Audiência Geral, desta quarta-feira (24/09), o Papa Leão XIV deu continuidade à sua reflexão sobre o mistério do Sábado Santo, como parte do ciclo jubilar "Jesus Cristo, nossa Esperança".
Aproximadamente 35 mil fiéis se reuniram na Praça São Pedro, que o Pontífice percorreu em seu papamóvel, parando para abençoar algumas crianças após saudar, em italiano e inglês, alguns fiéis e doentes reunidos na Sala Paulo VI: "Estou muito feliz de estar com vocês. Obrigado por estarem aqui", disse ele. "Que o Senhor lhes dê muita paz em seus corações", sublinhou. Outros grupos se encontravam no pátio Petriano, onde foi instalado um telão que transmitia as imagens da praça.
"É o dia do Mistério Pascal, quando tudo parece estático e silencioso, na realidade se realiza uma ação invisível de salvação: Cristo desce à morada dos mortos para levar o anúncio da Ressurreição a todos os que estavam nas trevas e na sombra da morte", disse o Pontífice aos fiéis presentes, na Praça São Pedro, para este encontro semanal.
Cristo nos alcança mesmo no abismo
Segundo o Papa, "este acontecimento, que a liturgia e a tradição nos transmitiram, representa o gesto mais profundo e radical do amor de Deus pela humanidade. De fato, não basta dizer ou crer que Jesus morreu por nós: é preciso reconhecer que a fidelidade do seu amor quis nos buscar lá onde nós mesmos nos tínhamos perdido, lá onde se pode levar somente a força de uma luz capaz de atravessar o domínio das trevas".
A morte nunca é a última palavra
Cristo "penetrou nas trevas mais densas para alcançar até os menores de seus irmãos e irmãs, para levar até lá a sua luz. Neste gesto há toda a força e a ternura do anúncio pascal: a morte nunca é a última palavra". De acordo com o Pontífice, "esta descida de Cristo não diz respeito somente ao passado, mas toca a vida de cada um de nós".
A força do amor
"O Senhor desce lá onde o homem se escondeu por medo e o chama pelo nome, o toma pela mão, o levanta e o leva de volta à luz. Ele o faz com plena autoridade, mas também com infinita doçura, como um pai com o filho que teme não ser mais amado", frisou Leão XIV, recordando que Cristo "não salva somente a si mesmo, não retorna à vida sozinho, mas arrasta consigo toda a humanidade. Esta é a verdadeira glória do Ressuscitado: é a força do amor, é solidariedade de um Deus que não quer salvar-se sem nós, mas somente conosco. Um Deus que não ressuscita se não abraçando as nossas misérias e nos reerguendo em vista de uma nova vida".
Deus começa uma nova criação
"Descer, para Deus, não é uma derrota, mas o cumprimento do seu amor. Não é um fracasso, mas o caminho pelo qual Ele mostra que nenhum lugar é distante demais, nenhum coração é fechado demais, nenhum túmulo é selado demais para o seu amor. Isso nos consola, isso nos sustenta", disse ainda Leão XIV. "Se às vezes nos parece quase que tocar o fundo do poço, recordemos: é desse lugar que Deus é capaz de começar uma nova criação. Uma criação feita de pessoas ressuscitadas, de corações perdoados, de lágrimas enxugadas. O Sábado Santo é o abraço silencioso com que Cristo apresenta toda a criação ao Pai para reintegrá-la ao seu plano de salvação", concluiu o Papa.
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