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34 novos recrutas prestam juramento na Guarda Suíça

O solene juramento dos novos soldados da Guarda Suíça foi realizado na tarde desta segunda-feira, 6 de maio, como tradição, no Pátio São Dâmaso do Palácio Apostólico. Os novos guardas juraram sob a bandeira do Corpo, na presença de representantes de autoridades civis e religiosas, além de familiares.

Thulio Fonseca - Vatican News

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O dia 6 de maio representa um marco significativo para cada membro da Guarda Suíça Pontifícia. Anualmente, neste dia, uma cerimônia especial ocorre no Pátio São Dâmaso do Palácio Apostólico, onde os novos recrutas prestam juramento para ingressar no Corpo de Guarda dos Papas. Na tarde desta segunda-feira (06/05), conforme a tradição, 34 novos soldados proferiram solenemente seu juramento diante da bandeira da Guarda Suíça Pontifícia, na presença do representante do Papa, o substituto dos Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra, de seus familiares e de autoridades civis e religiosas. 

História

Os guardas da Guarda Suíça Pontifícia fazem seu juramento no aniversário do Saque de Roma. Em 6 de maio de 1527, 189 guardas suíços defenderam o Papa Clemente VII contra um exército esmagador de lansquenês alemães e mercenários espanhóis. 147 caíram na batalha, incluindo o então comandante Kaspar Röist de Zurique. Somente 42 guardas conseguiram escapar por uma passagem secreta, chamada "Passetto", que liga o Vaticano até o Castelo de Santo Ângelo. O Papa Clemente VII foi forçado a se render pouco depois, mas sua vida e a dos 42 guardas foram poupadas.

Os 34 novos soldados durante a cerimônia no Vaticano
Os 34 novos soldados durante a cerimônia no Vaticano

O Juramento

Na fórmula do juramento, os 34 novos recrutas prometem proteger e defender o Papa reinante e todos os seus legítimos sucessores nos momentos de necessidade, mesmo arriscando suas próprias vidas, "tal como fizeram os nossos corajosos e fiéis antepassados".

O capelão leu a fórmula do juramento: "Juro servir o Pontífice reinante e seus sucessores legítimos com fidelidade, lealdade e honra, dedicar-me a eles com todas as minhas forças, até mesmo sacrificando minha vida em sua defesa, se necessário. Assumo os mesmos deveres para com o Colégio Cardinalício durante a vacância da Sé Apostólica. Também prometo ao Comandante e aos outros Superiores respeito, fidelidade e obediência. Assim eu juro, que Deus e nossos Santos Padroeiros me ajudem".

Os guardas então responderam à bandeira: "Eu, Alabardeiro (nome), juro observar fiel, leal e honradamente tudo o que me foi lido neste momento. Que Deus e nossos Santos Padroeiros me ajudem!"

A cerimônia

Na presença de familiares e diversas autoridades civis e religiosas, provenientes da Suíça e representantes da Santa Sé, os 34 novos recrutas fizeram o juramento, com a mão esquerda sobre a bandeira do Corpo da Guarda Suíça e a mão direita levantada, com três dedos abertos, simbolizando a Trindade. Destacavam-se as cores amarela, azul e vermelha do uniforme de gala, incluindo a armadura, utilizada exclusivamente durante a bênção papal "Urbi et Orbi", tanto no Natal quanto na Páscoa. O representante do Papa Francisco, o substituto dos Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra, esteve presente na cerimônia.

O incentivo do Papa

Antes da cerimônia de juramento, na manhã desta segunda-feira, os novos recrutas participaram de uma audiência com o Papa Francisco. Do Pontífice, o agradecimento pela presença e pelo "serviço diário generoso e diligente", e uma recomendação: "cultivar ativamente e intensamente a vida comunitária", com passeios por Roma e atividades esportivas, indo "contra a corrente" em relação à tendência dos jovens de "passarem o tempo livre sozinhos com o computador ou o celular".

Momento do ofertório durante a missa presidida pelo cardeal Parolin
Momento do ofertório durante a missa presidida pelo cardeal Parolin

A homilia do cardeal Parolin

Também como parte das celebrações, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, presidiu uma missa no altar da Confissão da Basílica de São Pedro, na presença dos novos recrutas e de seus familiares. Em sua homilia, Parolin destacou aos jovens soldados a importância da virtude da fortaleza:

"A fortaleza cristã é força no sacrifício, coragem na luta, fidelidade na constância. Não devemos, então, acreditar que a virtude da fortaleza seja necessária apenas em algumas circunstâncias especiais. Ela deve constituir a nota fundamental do nosso ser cristãos na ordinariedade da existência e, portanto, precisamos pedi-la continuamente como um dom do Céu. É a virtude dos santos e dos mártires, é a virtude que resplandeceu em grau eminente naquela que permaneceu fiel e corajosa aos pés da cruz. E a ela, com coração filial, confiamos cada um de vocês, confiamos seus desejos, confiamos seu futuro, confiamos o tempo que passarão aqui, nesta casa, para cumprir seu serviço"

518 anos de história

A Guarda Suíça Pontifícia está a serviço dos Papas e do Vaticano há mais de 500 anos. A fundação remonta ao ano de 1506, quando chegaram os primeiros suíços a pedido de Papa Júlio II. A data oficial da instituição do Corpo é 22 de janeiro de 1506, dia no qual 150 suíços do Cantão Uri entraram sob o comando do capitão Kaspar von Silenen, pela primeira vez no Vaticano e foram abençoados pelo Papa.

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Corpo da Guarda Suíça - 06/05/2024
06 maio 2024, 17:45