Busca

Francisco ao encontrar os jovens participantes do encontro "Meaning Meets us" na Audiência Geral Francisco ao encontrar os jovens participantes do encontro "Meaning Meets us" na Audiência Geral  (Vatican Media)

Scholas, jovens dos EUA, Israel e Palestina no Vaticano: "acabem com a guerra"

Os 30 participantes do encontro 'Meaning Meets us', organizado pela Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes, encontraram-se ao final da Audiência Geral com o Papa Francisco. O grupo entregou uma carta e um moletom: "não estamos buscando consenso, mas a capacidade de nos entendermos", escreveram eles.

Sebastián Sansón Ferrari - Vatican News

“Onde eu cresci nos disseram para não falar com os outros. Há um grande fenômeno de desumanização acontecendo, portanto, aprender a falar e ouvir o outro é crucial”. Essa consciência dolorosa orienta o discurso de Abigail Szor, uma jovem israelense e participante do Meaning Meets us, uma experiência inter-religiosa e intercultural na qual muçulmanos, judeus e cristãos refletem sobre o significado da construção da paz. Realizado de 2 a 5 de fevereiro de 2025 no Vaticano, o evento surgiu como uma resposta à necessidade de criar espaços de diálogo após os ataques de 7 de outubro de 2023. Estudantes da Universidade Hebraica de Jerusalém iniciaram o programa para facilitar o entendimento entre jovens de diferentes origens, coordenado pela Fundação Pontifícia Scholas Occurrentes.

O encontro com o Papa Francisco

O ponto alto foi a apresentação das conclusões ao Papa Francisco no final da Audiência Geral desta quarta-feira (05/02) na Sala Paulo VI. No breve encontro, os jovens entregaram ao Pontífice uma carta e um moletom, que ele assinou. Na carta, eles contam como, nos dias anteriores, enfrentaram questões difíceis e deixaram claro que seu objetivo não é buscar consenso, mas aprender a compreender uns aos outros.

Papa Francisco ao encontrar os jovens participantes de "Meaning Meets us"
Papa Francisco ao encontrar os jovens participantes de "Meaning Meets us"   (Vatican Media)

Os testemunhos dos participantes

Durante as atividades, israelenses, palestinos e americanos tentaram superar diferenças mútuas, engajando-se em um “diálogo complexo” e aprendendo a entender o ponto de vista um do outro. “Vim porque quero que esses números acabem”, diz Abigail, referindo-se ao número de vítimas em Gaza estampado em sua camiseta. “Não quero que a guerra continue, não quero que os reféns morram sem poder voltar para casa e não quero mais sangue derramado em Gaza. Tenho amigos de ambos os lados com quem me preocupo profundamente”, acrescenta.

Para Isabel Gonzales, uma estudante da Universidade de Notre Dame, a oportunidade de conhecer o Papa Francisco foi uma experiência única. Agora, seu desejo é voltar ao seu país para compartilhar as histórias que ouviu, as experiências que teve e as lições que recebeu, contribuindo assim para os esforços de construção da paz. “Todos nós queremos viver em paz e sermos felizes”, diz ela. “Não sou realmente cristã, mas ainda assim senti a santidade e a grandeza naquela sala. O discurso do Papa Francisco foi muito, muito poderoso. Acho que todos, independentemente de suas origens e crenças, se sentiram assim”, testemunha Maysan Madi, um jovem árabe-palestino.

A caminhada poética em Roma

Como parte da metodologia educacional de Scholas, baseada na arte, os jovens usaram diferentes formas de expressão para dialogar com suas histórias de vida e elaborar novas narrativas coletivas, participando também de uma “caminhada poética” por diferentes partes de Roma.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

06 fevereiro 2025, 12:30